O artista Hélio Oiticica escreveu o texto Esquema Geral da Nova Objetividade para pensar a arte brasileira em 1967.

Essa Nova Objetividade seria a formulação de um estado típico da arte brasileira, mas Oiticica define que não é um movimento como o cubismo, por exemplo, mas é a reunião de múltiplas tendências.
E define as características principais da vanguarda de arte daquela época:
Item 1: Vontade construtiva geral;
Item 2: Tendência para o objeto ao ser negado e superado o quadro de cavalete;
Item 3: Participação do espectador;
Item 4: Tomada de posição em relação a problemas políticos, sociais e éticos;
Item 5: Tendência a uma arte coletiva;
Item 6: O ressurgimento do problema da antiarte
Grosso modo, o artista escreveu sobre a vontade que existia na época de se definir o que era arte no Brasil, sobre a participação do espectador na obra de arte pós-moderna, sobre o conceito de obra aberta, que parte desse princípio de participação e até mesmo criação coletiva.
Oiticica escreve sobre não virar as costas para o mundo e se restringir a problemas estéticos na arte, mas que a arte tinha a necessidade de abordar questões dentro desse plano ético-político-social. O artista seria um ser social, criador de obras, mas também de consciências.
E o novo conceito de antiarte não seria apenas negar a arte do passado e ir contra preceitos antigos, mas também de criar novas possibilidades, condições experimentais, em que o artista assume o papel de “proposicionista, empresário ou educador.”
Esse texto de Hélio Oiticica e outros sobre arte brasileira, você encontra no livro Ensaios Fundamentais Artes Plásticas, de organização de Sergio Cohn, editora Azougue. Minha edição é de 2010.
A imagem do post é da obra Parangolé, de Hélio Oiticica, década de 1960.