
A primeira edição de A arte de descrever de Svetlana Alpers foi publicada em 1983.
Já na Introdução do livro, Alpers afirma que a arte holandesa é descritiva, feita para o olhar, e possui uma naturalidade de representação. Esse é o ponto chave do livro, que vai ficando cada vez mais claro quando avançamos na leitura.
A autora afirma que a história da arte ocidental descende da arte italiana. Afirma que a arte italiana definiu a prática da tradição central dos artistas ocidentais. Mas afirma que a arte italiana é uma arte narrativa.
Afirma então que a arte holandesa é descritiva enquanto a arte italiana é narrativa. A diferença estaria na ação. Enquanto na arte descritiva as figuras estão imobilizadas, a arte narrativa se aproxima mais da ação.
E diz que é pensando assim que muitas obras descritivas são menosprezadas, pois são consideradas desprovidas de significado, já que nenhum texto é narrado.
Pontua que parte da diferença entre a arte da Itália e a do Norte era um senso de superioridade italiana e de inferioridade holandesa.
O objetivo de seu trabalho, estaria ligado a encontrar o sentida da obra naquilo que o olho pode captar. Devemos olhar a arte holandesa circunstancialmente. Olhar para a manifestação social, considerar o seu lugar, papel e presença na cultura mais ampla.
Os holandeses apresentam seus quadros como descrevendo antes o mundo visto que as imitações de ações humanas significativas.
Imagem: Gerard Dou, Uma loja de um aviário
Livro: A arte de descrever, Svetlana Alpers, Editora EDUSP