O pintor da vida moderna / Charles Baudelaire

Charles Baudelaire (1981-1867), em seu texto O pintor da vida moderna, se debruça sobre diferentes temas da modernidade, a partir das obras do pintor Constantin Guys. Baudelaire repara nos croquis de viagens que o Sr. G fazia para publicar em um jornal inglês. Ele atenta para o improviso em que eram feitos, no local, retratando o que o pintor estava vendo, suas obras possuem traços fugidios, tentando captar um momento, um movimento, uma multidão.

Constantin Guys é descrito por Baudelaire de forma apurada como um flâneur, aquele que ama a multidão, que adora observar, se encontrar no mundo e se sentir em casa. 

Em Mulher com um lenço amarelo,o artista evoca a modernidade por meio de seus traços rápidos, de suas manchas de tinta que sugerem movimento, mas também pela mulher que está caminhando. Ela segue em alguma direção, sem parar para posar para o artista e produz vento com seu próprio movimento. Essa mulher mostra não somente a moda e os costumes de uma época, mas carrega consigo um ícone de modernidade.  A modernidade seria essa mulher em deslocamento, fazendo seu trajeto sem interrupções. E, dessa maneira, entendemos a relevância de quando Baudelaire afirma que o Sr. G desenha de memória e não segundo um modelo, pois sua mulher de lenço amarelo não poderia ser retratada de forma estática.

#pracegover: Na imagem temos a seguinte frase de Chales Baudelaire: A modernidade é o transitório, o fugidio, o contingente, a metade da arte, cuja outra metade é o eterno e o imutável. Ao lado a obra do artista Constantin Guys mostra uma mulher caminhando, de vestido com parte em amarelo e um lenço amarelo que voa com o vento conforme a mulher caminha. 

 “A multidão é seu domínio, como ar é o do pássaro, como a água, o do peixe. Sua paixão e sua profissão consistem em esposar a multidão. Para o perfeito flâneur, para o observador apaixonado, constitui um grande prazer fixar domicílio no número, no inconstante, no movimento, no fugidio e no infinito. Estar fora de casa e, no entanto, sentir-se em casa em toda parte; ver o mundo, estar no centro do mundo e continuar escondido do mundo, esses são alguns dos pequenos prazeres desses espíritos independentes, apaixonados, imparciais, que a língua não pode definir senão canhestramente. O observador é um príncipe que usufrui, em toda parte, de sua condição de incógnito.”

Charles Baudelaire, O pintor da vida moderna  

#pracegover: Na imagem temos a seguinte frase de Chales Baudelaire:   Para o perfeito flâneur, para o observador apaixonado, constitui um grande prazer fixar domicílio no número, no inconstante, no movimento, no fugidio e no infinito.

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Narrativas da Arte Contemporânea foi produzido por quem entende 100% do assunto:

  • Tenho 15 anos de experiência na área de artes visuais, sendo metade dedicados à linha de pesquisa de Teoria e História da Arte. Terminei meu mestrado em 2015 e o doutorado em 2019 na UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina.
  • Meu mestrado e doutorado foram sobre arte contemporânea.
  • Sou crítica de arte associada da ABCA – Associação Brasileira de Críticos de Arte.
  • Dou cursos livres presenciais e online, publico artigos científicos, faço mentoria com artistas.
  • Criei o Lendo a História da Arte com a missão de levar conteúdos de qualidade para a internet.
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