O historiador da arte poderia ser um tipo de Sherlock Holmes?
No livro Mitos, Emblemas, Sinais, o historiador Carlo Ginzburg discute o método indiciário, onde o historiador da arte é um detetive que analisa pormenores das obras, para enfim, recompor o todo.
Lembra de como a tendência à criminalização levou a sociedade moderna a adotar meios de identificação cada vez mais eficazes, como a identificação de impressões digitais, por exemplo.
No primeiro capítulo que lemos, o autor analisa o método de Warburg e fala sobre os seus sucessores na historiografia. Analisa como cada um se posiciona dentro da história da arte. Refuta uns e exalta outros.
Afirma que a iconologia de Panofsky não é suficiente para analisar uma obra por completo, e se aproxima mais do pensamento de Gombrich, que afirma ser uma alternativa que não passa por elucubrações.
E com o seu método indiciário, faz uma investigação para afirmar que Ticiano não lia os originais de mitologia em grego ou latim para compor suas obras, mas sim as vulgarizações de séculos mais recentes.

SINOPSE: Freud, Sherlock Holmes, o crítico de arte Morelli: partindo desses nomes, Carlo Ginzburg constrói o paradigma de um “saber indiciário”, um método de conhecimento cuja força está na observação do pormenor revelador, mais do que na dedução. Nessa coletânea, Ginzburg aplica o método a temas aparentemente díspares: a história da cultura popular, a teoria e a história da arte, a psicanálise, a influência da ideologia nazista em alguns dos mestres da historiografia moderna. São sete ensaios iluminadores, fruto de uma investigação “detetivesca” que, trazendo à luz detalhes negligenciados, revela perspectivas surpreendentes e faz jus à epígrafe de um dos textos: “Deus está no particular”.
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