Pobreza de experiência e a economia da atenção

Essa semana estudando sobre UX Design, me deparei com o conceito de economia da atenção e me lembrei imediatamente do texto do filósofo Walter Benjamin Experiência e Pobreza.

Vamos por partes…

Economia da atenção é um termo cunhado pelo psicólogo, economista e ganhador do Prêmio Nobel Herbert A. Simon. Diz respeito sobre como a atenção é uma recurso econômico, pois o dia possui 24 horas, e nossa atenção é um recurso limitado. O conceito também pensa sobre como a economia da atenção pode contribuir para casos de ansiedade e depressão na sociedade. Simon disse: “Uma riqueza de informações cria uma pobreza de atenção”* (tradução nossa).

A economia da atenção está diretamente ligada a o que vamos consumir de conteúdo. E a internet tem tudo a ver com isso. Quantas vezes a gente pega o celular para fazer algo e se perde no meio das notificações que vão aparecendo… chegando ao ponto de nem saber mais porque pegou o celular em primeira instância?

Pois é… e isso me fez lembrar um outro conceito…

Em seu texto Experiência e Pobreza, Benjamin afirma que hoje a humanidade vive uma pobreza de experiência. Como se a vida nos tempos atuais eliminasse toda experiência do homem. Vale lembrar que o texto foi escrito no início do século XX, bem antes da invenção da internet ou da notificações de pup-up… imagina como o autor não estaria se sentindo hoje?

Giorgio Agamben (outro filósofo) em seu texto Ensaio sobre a destruição da experiência cita Walter Benjamin e afirma que se sabe que para a destruição da experiência não se faz necessária uma catástrofe, mas sim a existência da vida cotidiana em uma grande cidade.

“O homem moderno volta para casa à noitinha extenuado por uma mixórdia de eventos – divertidos ou maçantes, banais ou insólitos, agradáveis ou atrozes –, entretanto nenhum deles se tornou experiência.” (Giorgio Agamben, 2005)

Ou seja, o ser humano está repleto de eventos ao longo do dia, mas nenhum se torna experiência. É como se a banalidade da vida virtual não fosse o suficiente para que os dias contassem como bem vividos…

Agora fica a pergunta…

Com o que estamos gastando o nosso tempo? Sim, pois se nossa atenção faz parte da economia, me diga, quanto você paga pelas informações que consome todos os dias?

Esse texto é só uma pontinha do iceberg desses dois conceitos.

Quer saber mais sobre economia da atenção? Veja esses dois artigos que utilizei como referência para este texto:

https://www.nngroup.com/articles/attention-economy/

Gostou do conceito de Walter Benjamin?

O texto está dentro desse livro: Magia e Técnica, Arte e Política. Ensaios Sobre Literatura e História da Cultura – Volume 1. Série Obras Escolhidas

Esta obra contém ensaios que pretendem fazer com que o leitor reflita sobre a história, a cultura, as artes e a literatura como obras de arte em suas reprodutibilidades técnicas.

Imagem: Thomas Struth

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